Rendas pesam mais nos salários – esforço na compra de casa estabiliza Em apenas 6 grandes cidades é possível comprar casa com uma taxa de esforço inferior à recomendada (33%), revela idealista. 06 ago 2025 min de leitura O acesso à habitação em Portugal continua a agravar-se, com o preço das casas a subir muito mais que os salários das famílias. Embora as rendas estejam a perder ritmo de crescimento - tendo registado uma subida anual de 3,5% no segundo trimestre de 2025-, esta evolução foi suficiente para que o esforço financeiro exigido para arrendar casa no país tenha aumentado para 83%, um ponto percentual (p.p.) acima dos 82% registados na mesma altura de 2024. Já na compra de habitação, a taxa de esforço nacional manteve-se estável nos 71% durante esses dois momentos, o que pode refletir um contrabalanço entre a subida do preço das casas (de 8% no último ano) e a queda dos juros no crédito habitação, sugere a mais recente análise do idealista. Taxa de esforço no arrendamento dispara em Faro – mas cai em Lisboa e no Porto Das 20 cidades analisadas, foi em Faro onde a taxa de esforço para arrendar uma casa mais aumentou no último ano, passando de 70% no segundo trimestre de 2024 para 90% no mesmo período de 2025 (mais 20 p.p.). Entre os maiores aumentos das taxas de esforço para arrendar casa no último ano está ainda Ponta Delgada (15 p.p.), Guarda (4 p.p.), Funchal (3 p.p.), Braga (2 p.p.), Aveiro (2 p.p.), Leiria (1 p.p.) e Viseu (1 p.p.). Em Bragança e Castelo Branco a taxa de esforço não variou durante este período. Por outro lado, a taxa de esforço no arrendamento diminuiu em Beja (-8 p.p.), Santarém (-7 p.p.), Portalegre (-4 p.p.), Lisboa (-3 p.p.), Setúbal (-3 p.p.), Viana do Castelo (-3 p.p.), Évora (-2 p.p.), Coimbra (-2 p.p.), Porto (-1 p.p.) e Vila Real (-1 p.p.). Depois de Faro (90%), Funchal é a cidade que requer o mais esforço financeiro por parte das famílias para arrendar casa, sendo necessário destinar 89% dos rendimentos. A lista de cidades com maior taxa de esforço no arrendamento na primavera deste ano segue com Lisboa (83%), Ponta Delgada (75%), Porto (71%), Setúbal (58%), Braga (55%), Viana do Castelo (55%), Aveiro (53%), Évora (50%), Leiria (49%), Santarém (48%), Viseu (44%), Coimbra (42%), Bragança (39%) e Vila Real (37%). Já as cidades onde as rendas da casa pesam menos nos rendimentos familiares são Castelo Branco (34%), Guarda (34%), Beja (35%) e Portalegre (35%). De referir que todas as grandes cidades em análise apresentaram taxas de esforço superiores ao recomendado, de 33%. Arrendar casa: taxa de esforço nas grandes cidades Taxa de esforço no pagamento da renda da casa (%)* Diferença entre taxas de esforço em pontos percentuais (p.p.) Table with 4 columns and 20 rows. (column headers with buttons are sortable) Cidade Taxa esforço 2T2024 Taxa esforço 2T2025 Diferença em p.p. Faro 70% 70% 70% 90% 90% 90% 20 20 20 Ponta Delgada 60% 60% 60% 75% 75% 75% 15 15 15 Guarda 30% 30% 30% 34% 34% 34% 4 4 4 Funchal 86% 86% 86% 89% 89% 89% 3 3 3 Braga 53% 53% 53% 55% 55% 55% 2 2 2 Aveiro 51% 51% 51% 53% 53% 53% 2 2 2 Leiria 48% 48% 48% 49% 49% 49% 1 1 1 Viseu 43% 43% 43% 44% 44% 44% 1 1 1 Bragança 39% 39% 39% 39% 39% 39% 0 0 0 Castelo Branco 34% 34% 34% 34% 34% 34% 0 0 0 Porto 72% 72% 72% 71% 71% 71% −1 −1 −1 Vila Real 38% 38% 38% 37% 37% 37% −1 −1 −1 Évora 52% 52% 52% 50% 50% 50% −2 −2 −2 Coimbra 44% 44% 44% 42% 42% 42% −2 −2 −2 Viana do Castelo 58% 58% 58% 55% 55% 55% −3 −3 −3 Lisboa 86% 86% 86% 83% 83% 83% −3 −3 −3 Setúbal 61% 61% 61% 58% 58% 58% −3 −3 −3 Portalegre 39% 39% 39% 35% 35% 35% −4 −4 −4 Santarém 55% 55% 55% 48% 48% 48% −7 −7 −7 Beja 43% 43% 43% 35% 35% 35% −8 −8 −8 *Taxa de esforço é a percentagem anual do rendimento líquido médio do agregado familiar destinada ao pagamento do arrendamento de uma casa Fonte: idealistaDescarregar estes dadosIncorporar Descarregar imagemCriado com Datawrapper Comprar casa: famílias sentem menos esforço em 12 grandes cidades A percentagem de rendimentos que as famílias devem destinar para comprar uma casa com recurso a crédito habitação aumentou em seis capitais de distrito, das 20 analisadas. Foi em Setúbal onde a taxa de esforço mais aumentou, passando de 49% a 55%, (mais 6 p.p.). Também se registaram subidas da taxa de esforço na compra de habitação em Santarém (4 p.p.), Ponta Delgada (3 p.p.), Lisboa (2 p.p.), Aveiro (1 p.p.) e na Guarda (1 p.p.). Já em Coimbra e Évora, a taxa de esforço não variou durante este período. Por outro lado, a taxa de esforço na compra de casa diminuiu em 12 grandes cidades: Funchal (-14 p.p.), Vila Real (-14 p.p.), Faro (-10 p.p.), Bragança (-10 p.p.), Porto (-8 p.p.), Viseu (-7 p.p.), Leiria (-7 p.p.), Castelo Branco (-4 p.p.), Braga (-3 p.p.), Portalegre (-2 p.p.), Viana do Castelo (-1 p.p.) e Beja (-1 p.p.) No segundo trimestre deste ano, as cidades com a maior taxa de esforço para comprar casa foram Lisboa (108%), Faro (96%) e Funchal (96%), seguidas por Aveiro (72%), Porto (69%), Ponta Delgada (66%), Braga (59%), Setúbal (55%), Viana do Castelo (54%), Leiria (50%), Coimbra (47%), Évora (46%), Viseu (45%) e Santarém (36%). Verifica-se ainda que há seis cidades onde é possível comprar casa com uma taxa de esforço inferior à recomendada de 33% (em que a prestação da casa pesa menos de um terço do rendimento disponível da família): Vila Real (27%), Beja (23%), Portalegre (22%), Bragança (22%), Guarda (17%) e Castelo Branco (17%). Comprar casa: taxa de esforço nas grandes cidades Taxa de esforço no pagamento da prestação da casa (%)* Diferença entre taxas de esforço em pontos percentuais (p.p.) Table with 4 columns and 20 rows. (column headers with buttons are sortable) Cidade Taxa esforço 2T2024 Taxa esforço 2T2025 Diferença em p.p. Setúbal 49% 49% 49% 55% 55% 55% 6 6 6 Santarém 32% 32% 32% 36% 36% 36% 4 4 4 Ponta Delgada 63% 63% 63% 66% 66% 66% 3 3 3 Lisboa 106% 106% 106% 108% 108% 108% 2 2 2 Aveiro 71% 71% 71% 72% 72% 72% 1 1 1 Guarda 16% 16% 16% 17% 17% 17% 1 1 1 Coimbra 47% 47% 47% 47% 47% 47% 0 0 0 Évora 46% 46% 46% 46% 46% 46% 0 0 0 Beja 24% 24% 24% 23% 23% 23% −1 −1 −1 Viana do Castelo 55% 55% 55% 54% 54% 54% −1 −1 −1 Portalegre 24% 24% 24% 22% 22% 22% −2 −2 −2 Braga 62% 62% 62% 59% 59% 59% −3 −3 −3 Castelo Branco 21% 21% 21% 17% 17% 17% −4 −4 −4 Leiria 57% 57% 57% 50% 50% 50% −7 −7 −7 Viseu 52% 52% 52% 45% 45% 45% −7 −7 −7 Porto 77% 77% 77% 69% 69% 69% −8 −8 −8 Bragança 32% 32% 32% 22% 22% 22% −10 −10 −10 Faro 106% 106% 106% 96% 96% 96% −10 −10 −10 Vila Real 41% 41% 41% 27% 27% 27% −14 −14 −14 Funchal 110% 110% 110% 96% 96% 96% −14 −14 −14 *Taxa de esforço é calculada como a percentagem anual do rendimento líquido do agregado familiar destinada ao pagamento de um crédito habitação que segue características médias em termos de duração e taxa de juro. Fonte: idealistaDescarregar estes dadosIncorporar Descarregar imagemCriado com Datawrapper Metodologia O idealista analisou a evolução das taxas de esforço entre os segundos trimestres de 2024 e 2025, tanto no mercado de compra como no de arrendamento. A taxa de esforço é um indicador que mede o impacto do custo da habitação no poder de compra do agregado familiar. No caso do arrendamento, calcula-se a taxa de esforço como a percentagem anual do rendimento líquido médio do agregado familiar destinada ao pagamento do arrendamento de uma casa. Os valores de arrendamento são obtidos diretamente da fonte de dados do idealista, que disponibiliza preços para cada cidade. Por sua vez, os dados do rendimento líquido familiar são fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). No caso da compra de habitação, a taxa de esforço é calculada como a percentagem anual do rendimento líquido do agregado familiar destinada ao pagamento de um crédito habitação que segue características médias em termos de duração e taxa de juro. Recentemente, devido à descida nas taxas de juro, procedeu-se a uma atualização do cálculo com base nos dados publicados pelo Banco Central Europeu (BCE). Fonte: Taxa de esforço sobe no arrendamento – mas estabiliza na compra de casa — idealista/news Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado