Preços da habitação e valores das vendas em máximos Preços da habitação sobem 17% no trimestre. Vendas de casas ultrapassam 10 mil milhões de euros, refletindo procura nacional recorde. 25 set 2025 min de leitura Os preços da habitação e valores das vendas em Portugal atingiram novos máximos históricos entre abril e junho de 2025. No segundo trimestre, o mercado imobiliário registou um aumento de 17,2% nos preços das casas, face ao mesmo período do ano anterior. Este crescimento acelerado reflete tanto a escassez de oferta como a permanência de uma procura elevada, com o número de transações a subir 15,5% em relação ao segundo trimestre de 2024. Evolução dos preços da habitação O índice de preços da habitação continua a registar aumentos sucessivos desde 2013, alcançando agora o maior valor alguma vez documentado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Em comparação com o trimestre anterior, a variação foi de 4,7%, consolidando a tendência de valorização dos imóveis residenciais. Casas existentes sofreram a maior subida, de 18,3%, enquanto os preços das casas novas cresceram 14,5%. Estes valores mostram um mercado fortemente dinâmico, com a valorização mais pronunciada nas habitações usadas. A taxa de variação média anual dos preços da habitação também bateu recorde, situando-se nos 13,8%. Este resultado confirma um ambiente de valorização generalizada, com maior pressão nos centros urbanos mais procurados, como Lisboa, Porto e Algarve, mas também alcançando patamares inéditos em regiões como a Madeira e o Alentejo. Volume de vendas de casas O mercado imobiliário português teve no segundo trimestre de 2025 uma atividade notável, com um volume recorde de imóveis vendidos e um aumento significativo no valor total transacionado. Destacamos os principais números deste período que ilustram a crescente dinâmica do setor: Foram transacionadas cerca de 42.889 habitações, um crescimento de 15,5% face ao segundo trimestre de 2024. O valor total das vendas ultrapassou 10,3 mil milhões de euros, estabelecendo um novo recorde trimestral. A maioria dos imóveis vendidos foi de casas usadas, representando mais de 80% do total. Casas novas também registaram crescimento, com 8.310 unidades vendidas, mais 10,9% do que no ano anterior. O forte impulso de vendas foi impulsionado sobretudo pela procura interna, que aumentou 17,7% no número de transações. Compradores estrangeiros representaram uma fatia menor, com 2.107 imóveis adquiridos, uma descida de 14,5%. Perfil dos compradores e dinâmica da procura A grande maioria das vendas é protagonizada por compradores com domicílio fiscal em Portugal, responsáveis por cerca de 40.000 transações, um máximo dos últimos quatro anos e um aumento anual de 17,7%. Este ritmo evidencia o fortalecimento da procura interna, destacando o papel das famílias portuguesas no desempenho do setor. Apenas 2.107 casas foram adquiridas por compradores com domicílio fiscal estrangeiro, representando uma queda de 14,5% nesta faixa de mercado. A procura nacional beneficia de apoios governamentais, como a isenção de IMT para jovens e o reforço da garantia pública, aliados a taxas de juro estáveis que facilitam a aquisição da primeira casa. A entrada no mercado de grupos familiares, após anos de contenção, está a reequilibrar a dinâmica do setor e a concentrar maior parte do investimento imobiliário em compradores residentes. Impactos regionais e oferta disponível Lisboa lidera o mercado com preços médios acima dos 381 mil euros por imóvel, seguida pelo Algarve e Madeira, cujos valores médios também se aproximam dos 300 mil euros. No Alentejo, os preços subiram 12%, atingindo uma média de 123 mil euros, mantendo-se como a solução mais acessível. A oferta de casas à venda continua a cair: menos 26% desde o máximo de 2020. A escassez de imóveis disponíveis é um dos principais motores do crescimento dos preços, agravando as dificuldades das famílias para aceder a habitação condigna e estimulando a procura em zonas suburbanas e de interior. Perspectivas para a evolução do mercado O setor imobiliário português mantém-se numa trajetória de valorização, alimentada pela conjugação de escassa oferta, procura interna robusta e apoios estatais à aquisição habitacional. Estima-se que, enquanto persistirem os desequilíbrios entre oferta e procura, os preços da habitação e valores das vendas continuarão a subir, com impactos diretos no orçamento familiar e na atratividade do mercado para investidores nacionais e estrangeiros. Contudo, para garantir estabilidade e acessibilidade, é crucial acelerar o ritmo de construção de novas habitações e reabilitar o parque edificado existente. Estratégias públicas e privadas precisam de se alinhar para corrigir distorções, evitar bolhas especulativas e promover o acesso justo à habitação. Fonte:Preços da habitação e valores das vendas sobem cada vez mais - SUPERCASA Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado