Flex office em alta – missão é “fazer as pessoas felizes no trabalho” O idealista/news foi sentir o pulso ao mercado do trabalho flexível em Portugal. Espaços onde a promoção do ´work-life balance´ é crucial. 26 mai 2025 min de leitura Dez anos antes da pandemia, em 2010, Lisboa via nascer um espaço de trabalho inovador. No Coworklisboa, localizado no 4º piso de um dos edifícios da Lx Factory, em Alcântara, empreendedorismo e networking andavam de mãos dadas, dando-se início ao movimento coworking em Portugal. O espaço encerrou no final de 2019, meses antes da COVID ter “empurrado” as pessoas para o teletrabalho, e pelo meio foram várias as empresas que se lançaram neste mundo do trabalho flexível. “Fazer as pessoas felizes no trabalho” é a missão de quem gere estes espaços, que promovem o work-life balance. E a procura por parte de portugueses e estrangeiros – e de profissionais individuais e empresas – é elevada, bem como as taxas de ocupação. O idealista/news foi tentar saber porquê e descobrir alguns dos segredos destes escritórios flexíveis. “Felizmente tem havido cada vez mais concorrência. Não vou dizer de cooperação, mas há um espírito saudável entre as empresas que existem neste mercado. E é bom, porque cada vez mais desmistificamos e desconstruímos um bocadinho o que é esta história do escritório, do trabalho flexível, do posto de trabalho flexível”, diz Martim de Botton, CEO do LACS. O LACS, no caso o LACS Conde d'Óbidos, é um dos espaços visitados pela nossa reportagem – os outros são o IDEA Spaces Saldanha e a Fintech House, da rede SITIO –, que visa perceber quais são as mais-valias destes locais de trabalho e o que “oferecem” aos profissionais e empresas, nomeadamente numa altura em que algumas organizações parecem apostadas em fazer regressar os trabalhadores aos escritórios, mesmo que seja em regime híbrido. E também temos a visão dos ocupantes, que pode ser consultada neste link. Os segredos do LACS Conde d'Óbidos A importância da flexibilidade e do work-life balance Quanto custa trabalhar no LACS Conde d'Óbidos? Os segredos do IDEA Spaces Saldanha A importância da felicidade no trabalho Mais um IDEA Spaces em Lisboa e parcerias com universidades Os segredos da Fintech House, da rede SITIO Bem-estar no trabalho, uma preocupação que “já não tem retorno” Coliving está (também) na mira “Forma como as pessoas vivem nas casas também está a mudar” Martim de Botton, CEO do LACSCréditos: Gonçalo Lopes | idealista/news Os segredos do LACS Conde d'Óbidos Com vista de perder o fôlego para o rio Tejo (desde o terraço), o LACS Conde d'Óbidos, conta Martim de Botton, nasceu em 2018 no antigo balneário dos estivadores do Porto de Lisboa com o intuito de albergar empresas relacionadas com indústrias criativas, startups e pequenas incubadoras de empresas multinacionais que já estavam em Portugal. Seguiram-se, depois, outros quatro espaços: em Cascais, nos Anjos, o edifício onde funcionou o Tribunal do Trabalho de Lisboa, na Avenida 24 de Julho, também na capital, e no Porto. “A nossa política é abrirmos em edifícios inteiros, ou seja, somos arrendatários. E tentamos estar em edifícios que tenham alguma história, preservando-a. O crescimento do LACS tem sido feito de forma sustentada e consistente, crescendo com os clientes e mediante a procura que existe no mercado”, refere, sublinhando que empresa tem atualmente um sócio e o capital é 100% nacional. Um crescimento, de resto, sustentado com a elevada procura: “Nos últimos dois anos duplicámos a dimensão do LACS. Tínhamos mais ou menos 15.000 metros quadrados (m2) sob gestão e agora temos mais de 30.000 m2. Para 2025 tínhamos assumido que a estratégia seria consolidar a operação, porque o crescimento foi feito de forma mais rápida que o previsto, mas se calhar as coisas já não vão ser assim, porque felizmente a procura continua muito alta. À partida, em 2025 teremos pelo menos mais uma abertura”. Sobre a taxa de ocupação, ronda, em média, os 90% no conjunto dos cinco edifícios. São mais de 3.000 pessoas e cerca de 300 empresas. “É um universo muito grande e mais de 50% são estrangeiros. É uma comunidade muito interessante”, acrescenta Martim de Botton. A importância da flexibilidade e do work-life balance Segundo o CEO do LACS, o futuro do mercado de trabalho passa, definitivamente, por este modelo de negócio. “O que era uma moda há três, quatro, cinco anos hoje é uma tendência. Acreditamos que o espaço de trabalho flexível é um novo modelo de trabalho e veio para ficar. Daí querermos continuar a investir, vemos não só as empresas nacionais a quererem transferir-se para espaços como o LACS como também muitas multinacionais, que começam a procurar este tipo de soluções”. Entre os arrendatários estão, por exemplo, sociedades de advogados, consultoras e contabilistas. “Empresas que há cinco anos era impensável estarem num espaço como o LACS e que hoje o vêm como solução”. Flexibilidade é palavra de ordem. Já era antes da pandemia, mas ganhou força no pós-pandemia, com o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional a ser crucial. “As pessoas estão aqui fundamentalmente para trabalhar, mas também várias atividades à volta, uma parte que valorizamos muito, o work-life balance”. Uma ideia também transmitida por Diogo Fabiana, Chief Innovation Officer (CIO) e sócio do IDEA Spaces, e por Miguel Ricardo, General Manager do SITIO; Diogo Fabiana: “O futuro do trabalho passa por este tipo de espaços que promovem conexão, colaboração e, principalmente, work-life balance e felicidade. As pessoas têm de compreender quais são as tuas motivações, expectativas e necessidades. Fazemos isso pelas empresas como veículo de cultura organizacional”. Miguel Ricardo: “O ‘core’ das empresas é fornecer um serviço ou vender um produto e o nosso é fazer com que as pessoas tenham todas as condições para trabalhar e se sintam felizes no local de trabalho. O mercado está a evoluir neste sentido, ou seja, ter uma camada extra de serviço que faz com que os colaboradores das empresas se sintam mais motivados e felizes, porque com o trabalho remoto temos outra questão: se a pessoa não vestir a camisola da empresa para a qual trabalha, muito rapidamente pode mudar”. "No pós-pandemia tivemos empresas, grandes multinacionais, a vir falar connosco, a dizer assim: ‘Ajudem-nos a transformar o nosso escritório para conseguimos trazer as pessoas de volta’” Martim de Botton, CEO do LACS Em jeito de curiosidade, e devido ao facto de estarem em causa espaços de trabalho modernos, inovadores e atrativos – com salas de reunião cm vários ambientes, espaços abertos e repletos de luz natural onde as pessoas podem trabalhar e conviver e eventos para promover o networking e momentos de lazer –, Martim de Botton revela que estas tendências do mercado laboral vieram para ficar. E explica: “É engraçado que no pós-pandemia tivemos empresas, grandes multinacionais, a vir falar connosco, a dizer assim: ‘Ajudem-nos a transformar o nosso escritório para conseguimos trazer as pessoas de volta’”. “A tendência de hoje é o conforto, haver espaços atrativos que permitam ter zonas de trabalho diferentes e que, acima de tudo, possibilitem ter este ecossistema de várias pessoas e empresas a trabalhar no mesmo local. Isto não só beneficia as empresas, porque há a criação clara de sinergias, como as pessoas, porque há um maior contacto com profissionais de outras empresas e com pessoas de outras nacionalidades”, acrescenta. Edifício LACS Anjos, no antigo Tribunal do Trabalho de LisboaCréditos: LACS Quanto custa trabalhar no LACS Conde d'Óbidos? Quanto a preços, variam entre 120 euros por mês (um modelo de cowork, um modelo de hotdesk, em que a pessoa está onde houver espaço) e 200 a 250 euros por mês (um modelo de fixdesk, onde a pessoa já tem a sua secretária com as suas coisas e pode ficar lá o tempo inteiro). No caso dos Private Studios, o valor depende da dimensão da empresa. “O facto de termos cinco espaços permite às pessoas poderem estar em cada um deles. Tenho um escritório em Cascais e amanhã vou ter uma reunião no Porto, então uso o espaço do LACS Porto. Essa mobilidade é uma das grandes vantagens que oferecemos”, conclui o CEO do LACS. Diogo Fabiana, CIO e sócio do IDEA SpacesCréditos: Gonçalo Lopes | idealista/news Os segredos do IDEA Spaces Saldanha O IDEA Spaces Saldanha, um edifício com 10 andares localizado no coração de Lisboa – tem um lounge bar, mais de 34 escritórios privados, mais de 500 locais de trabalho dedicados, 18 salas de reuniões e eventos, sala de cinema e terraço de 800 m2, onde permanece vivo o sonho de vir a ser instalada uma piscina – é outro dos espaços visitados pelo idealista/news. Logo à entrada há um imponente mural de homenagem à “Resistência” vivida em tempos de pandemia. Trata-se de um espaço que nasce precisamente em 2020, em plena COVID, sendo o terceiro inaugurado pela empresa, que se lançou no mercado do trabalho flexível anos antes, em 2014, com um edifício no Parque das Nações. Pelo meio abriu portas no Palácio Sotto Mayor, na zona de Picoas, e mais recentemente em São Sebastião, perto do Parque Eduardo VII. “Em 2014, o IDEA nasce para trabalhar talentos, dos indivíduos ou das próprias empresas. Contudo, em 2015 e 2016, com a entrada do Web Summit no mercado nacional, começámos a direcionar-nos para algo completamente distinto, algo que é o nosso propósito, que é fazer as pessoas felizes no trabalho”, começa por dizer Diogo Fabiana, CIO e sócio do IDEA Spaces, salientando tratar-se de uma empresa que é e será sempre 100% portuguesa. Esta é a história do IDEA Spaces, contada na primeira pessoa: “Começámos no Parque das Nações com um pequeno espaço e neste momento já são dois pisos, cerca de 1.400 m2. Quando percebemos que a procura pelo flex office estava a crescer começámos a expandir para o Palácio Sotto Mayor, onde quisemos fazer uma oferta diferenciada. É um espaço com uma ‘vibe’ muito própria, e aí começámos também a construir cada espaço com uma identidade, com uma personalidade própria. Depois abrimos no Saldanha, em pleno Covid, em que não podíamos fazer eventos ou receber convidados. Foi [também] a pandemia que aumentou a procura por espaços mais flexíveis, com mais ambientes e diversidade. Por fim, o natural crescimento levou-nos para São Sebastião, onde há um rooftop com vistas espetaculares, e conseguimos ter, assim, uma oferta complementar”. A importância da felicidade no trabalho A mensagem da importância do equilíbrio entre a vida pessoas e profissional é também deixada por Diogo Fabiana, que reforça a ideia de o futuro do mercado de trabalho passar por espaços que promovam conexão, colaboração, work-life balance e felicidade. “Consideramo-nos um veículo de cultura organizacional. Trabalhamos a felicidade das pessoas no eixo pessoal, social e profissional, nomeadamente na disciplina empatia. É isso que queremos trazer às empresas, porque as pessoas não podem ser obrigadas a voltar ao escritório. Não queremos que as pessoas venham ao IDEA de forma obrigada, isso não vai ser benéfico para a produtividade e para a cultura da empresa. O que queremos criar é experiências”, afirma. A verdade é que o flex office é um conceito que está a conquistar terreno em Portugal, sendo importante, por isso, fazer a diferença. Mas como? “Somos muito fiéis ao princípio inicial, que é as pessoas. Projetamos espaços, experiências, olhando para as pessoas, fazendo as pessoas felizes. Quando existem inúmeros espaços e temos concorrentes a fazer um excelente trabalho, muito mais focados no conforto, na ergonomia, na acessibilidade, nós estamos focados na felicidade das pessoas”, sustenta, antecipando que a tendência de apostar em flex offices está a chegar ao mercado tradicional de escritórios: “As grandes empresas vão começar a olhar para os próprios escritórios e vão transformá-los em espaços cowork com as premissas que nós oferecemos”. "Projetamos espaços, experiências, olhando para as pessoas, fazendo as pessoas felizes. (...) As grandes empresas vão começar a olhar para os próprios escritórios e vão transformá-los em espaços cowork com as premissas que nós oferecemos" Diogo Fabiana, CIO e sócio do IDEA Spaces Com uma taxa de ocupação de 97%, 98%, no total dos quatro espaços, este é um produto que tem tido cada vez mais procura, adianta Diogo Fabiana: “Temos empresas com 100, 120 colaboradores, mas continua a haver pessoas que querem vir não porque não querem estar sozinhas em casa, esse mito já passou, mas porque querem estar num ambiente de colaboração, partilha, conexão”. São já, ao todo, mais de 4.000 membros e cerca de 380 empresas, sendo a procura por parte dos ocupantes bastante equilibrada, entre público nacional, empresas tradicionais e nómadas digitais. Sala de reuniões Mondrian, no IDEA Spaces Saldanha, em LisboaCréditos: IDEA Spaces Mais um IDEA Spaces em Lisboa e parcerias com universidades Um cenário que abre a porta a mais aberturas, bem como à aposta noutro público, os estudantes universitários, e noutro nicho de mercado, o coliving. “Estamos focados em consolidar a atividade em Lisboa, onde em breve teremos mais uma localização. Obviamente que queremos expandir para o Porto, para o norte do país, e explorar também localidades como Braga e Aveiro, que têm um ecossistema empreendedor muito ativo. E depois olhar, quem sabe, para o mercado internacional”, perspetiva o CIO e sócio do IDEA Spaces. “Até final do ano vamos ter uma nova localização em Lisboa e o plano é, até final de 2026, abrir mais uma em Portugal”, acrescenta, apontando a um investimento na ordem dos dois, três milhões de euros. No radar está também a realização de parcerias com universidades. “É esse ecossistema que queremos criar. Não nos queremos focar num único segmento. A proximidade às universidades que ambicionamos estabelecer este ano é trazer as pessoas que acabaram o curso para o mercado de trabalho e, assim, ligar duas grandes áreas, o mercado profissional e o académico". O IDEA Spaces faz ainda mira ao coliving, que considera ser uma extensão do cowork. “Há membros a desesperar por casas, por habitação", desabafa Diogo Fabiana. "O coliving seria complementar ao nosso produto. [Mas] enquanto houver esta crise habitacional vai ser muito complicado investirmos nessa área, porque é difícil encontrar soluções para construir esse produto. Mas olhamos para ele com atenção e estamos atentos a parcerias que nos possam levar a dar essa oferta aos membros”, analisa. No que diz respeito aos preços, há vários tipos de produtos nos espaços do IDEA Spaces, variando entre 160 e 400 euros, consoante o que se procura e a modalidade pretendida. Os private offices são o produto mais caro, dependendo o valor a pagar da dimensão dos mesmos. Miguel Ricardo, General Manager do SITIOCréditos: Gonçalo Lopes | idealista/news Os segredos da Fintech House, da rede SITIO O SITIO Fintech House, na Avenida Duque de Loulé, em Lisboa – nasce da parceria entre a rede de espaços de trabalho flexível SITIO e a Associação Portugal Fintech, acolhendo várias startups da área –, é outro dos coworks visitados pelo idealista/news. Um edifício de dez andares que presta apoio a profissionais e inovadores do setor, sendo um dos 12 espaços da rede em funcionamento em Lisboa, Porto, Guimarães, Aveiro e Vila Nova de Gaia. “Este é o 11º ano de vida do SITIO”, diz Miguel Ricardo, General Manager do SITIO. “Estamos aqui um bocadinho desde os inícios do coworks, que começaram quase como coworks de autor em Portugal, pelo menos o SITIO. Isto aconteceu há 11 anos e, entretanto, os espaços foram crescendo e sendo cada vez mais competentes. É o setor a profissionalizar-se, no fundo. Antigamente, praticamente não se falava de modelos híbridos ou remotos. Toda a gente ia todos os dias para o escritório e ninguém pensava nisso. Agora, as pessoas começam a ter outra perspetiva do que são estes espaços de trabalho”. Bem-estar no trabalho, uma preocupação que “já não tem retorno” Miguel Ricardo partilha a visão deixada por Martim de Botton e Diogo Fabiana relativamente à importância do work-life balance, salientando também que o mercado de trabalho está a evoluir no sentido de fazer com que os “colaboradores das empresas se sintam mais motivados e felizes”. “O esforço que as empresas estão a fazer, a nível global, para trazer as pessoas de volta ao escritório, ou pelo menos para oferecer melhores condições e terem uma maior preocupação com o seu bem-estar dentro dos espaços de trabalho, já não tem retorno. Vai continuar, porque as pessoas, os colaboradores, a forma como olham para o balanço entre a vida profissional e a pessoal também mudou desde a pandemia. Valorizamos coisas que se calhar não valorizávamos tanto no passado”, aponta. "O esforço que as empresas estão a fazer para trazer as pessoas de volta ao escritório, ou pelo menos para oferecer melhores condições e terem uma maior preocupação com o seu bem-estar dentro dos espaços de trabalho, já não tem retorno. Vai continuar, porque as pessoas, os colaboradores, a forma como olham para o balanço entre a vida profissional e a pessoal também mudou desde a pandemia” Miguel Ricardo, General Manager do SITIO A história do SITIO remonta a 2014, ano em que nasceu o primeiro espaço da empresa, em Alvalade (Lisboa), bairro onde abriu portas recentemente, em novembro do ano passado, o SITIO AI hub, que conta com uma parceria com a Unicorn Factory Lisboa, que apoia empreendedores a fundar, escalar e internacionalizar startups. A rede de espaços de trabalho flexível tem atualmente seis espaços em Lisboa, três no Porto, um em Aveiro, um Guimarães e um Vila Nova de Gaia, o seu último no país – mais direcionado para os amantes e para o segmento do gaming. São 12 espaços em cinco cidades, num total de cerca de 20.000 m2 de área e 2.000 postos de trabalho. “Estamos com uma taxa de ocupação de cerca de 80%, 85%, ou seja, temos cerca de 1.800 colaboradores a trabalhar diariamente nos SITIOs”, releva Miguel Ricardo, salientado que a maioria (cerca de 70%) dos colaboradores são portugueses e ou empresas de capital português. Também o SITIO sente que a procura por este modelo de trabalho está a acelerar, daí estar em cima da mesa a abertura de novos espaços. “Estamos sempre a olhar para oportunidades de expansão. Faz parte do nosso ADN. Temos crescido muito rápido e estamos a olhar para uma oportunidade em Lisboa que tem alguma probabilidade de acontecer. Depois temos outras opções em ‘pipeline’, mas nenhuma ainda completamente fechada”, comenta a General Manager. O gestor adianta, de resto, que a rede SITIO quer continuar a crescer, nomeadamente no segmento da inovação. “Isso é importante para nós, porque é também o que nos diferencia dos outros espaços de flex offices. Obviamente que os nossos espaços são abertos, pelo menos os que são agnósticos, os que não tenham um vertical específico [como o SITIO Fintech House e o SITIO AI hub], estando abertos a todo o tipo de empresas. Mas criamos especialmente eventos para este segmento da inovação. E, portanto, há muita coisa ainda a fazer, pelo que vamos continuar a abrir espaços”. SITIO de Vila Nova de Gaia. o último a abrir portas da redeCréditos: SITIO Coliving está (também) na mira Na mira da rede de espaços de trabalho flexível SITIO está também o coliving, confirma Miguel Ricardo: “Quando o SITIO nasceu, nasceu com a vertente do coworking e do coliving, mas apostámos no coworking, para ser relevantes em alguma coisa decidimos ser relevantes no coworking. O coliving foi algo que fomos deixando um pouco pendente para o futuro. Ou seja, temos algumas unidades de coliving em Lisboa, mas não na dimensão e com o serviço que pretendemos ter. Vemos o SITIO ter a médio prazo uma unidade grande, um edifício inteiro com um terço de coworking e dois terços de coliving, ou 50/50, em que há uma camada de serviços que é partilhada por um e por outro”. Os preços cobrados aos ocupantes variam bastante por cidade, frisa o responsável, lembrando que grande parte dos custos da rede também estão relacionados com os próprios imóveis. Mas para se ter uma ideia, oscilam entre 200 e 270 euros por posto de trabalho em Lisboa, entre 200 e 220 euros no Porto, entre 120 e 170 euros em Guimarães e entre entre 150 e 180 euros em Aveiro. SITIO GuimarãesCréditos: SITIO “Forma como as pessoas vivem nas casas também está a mudar” Abordando a crise na habitação que se vive em Portugal, ou a crise de acesso à habitação, Miguel Ricardo considera que “a forma como as pessoas vivem nas casas também está a mudar”, podendo os espaços de trabalhos flexíveis, de certa forma, ajudar a dar resposta à falta de casas. “Às tantas não precisamos de casas tão grandes. Precisamos de ter o que precisamos no momento em que precisamos. Acreditamos num espaço em que temos coliving com coworking no mesmo edifício e podemos prestar um serviço completo à pessoa”, afirma. Uma opinião de certa forma partilhada por Martim de Botton, CEO do LACS, que acredita que a “habitação e os escritórios podem andar um pouco de mãos dadas”. “Os escritórios flexíveis podem oferecer serviços que podemos abdicar de ter em casa. O cliente, quando entra, só tem de se preocupar em passar com o cartão no leitor da porta e, a partir daí, está tudo assegurado, não tem de se preocupar com limpeza, internet, eletricidade, água. Tem tudo o que necessita para trabalhar em perfeitas condições, e isso é algo que acrescenta muito valor”, remata. Fonte: Flex Office em alta – missão é “fazer as pessoas felizes no trabalho” — idealista/news Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado