Dinamismo e desafios da reabilitação urbana em Portugal A reabilitação urbana em Portugal mantém-se estável, mas enfrenta desafios. O licenciamento cresce, enquanto as conclusões de obras registam quebras. 18 mar 2025 min de leitura A reabilitação urbana tem desempenhado um papel fundamental na modernização das cidades portuguesas, permitindo recuperar edifícios degradados e revitalizar centros urbanos. No início do ano, o setor demonstrou sinais de estabilidade, com uma evolução positiva na carteira de encomendas, o que pode indicar uma recuperação progressiva da atividade. Os dados mais recentes apontam para um crescimento no licenciamento de edifícios destinados à reabilitação, impulsionado por incentivos fiscais e pelo aumento da procura por habitação em áreas centrais das cidades. No entanto, apesar do aumento do licenciamento, a concretização das obras tem enfrentado dificuldades, evidenciadas pela diminuição do número de edifícios concluídos. Aumento do Licenciamento, Queda nas Conclusões O licenciamento de edifícios para reabilitação registou um crescimento significativo, com aumentos superiores a 20% no último trimestre. Este crescimento reflete o dinamismo do setor e o interesse crescente dos investidores na requalificação do edificado existente. Os números indicam que: O licenciamento de edifícios aumentou 23,2% face ao mesmo período do ano anterior. O licenciamento para reabilitação cresceu 15,9%, confirmando uma tendência positiva já observada em trimestres anteriores. A produção contratada registou uma ligeira redução, passando de 8,8 para 8,2 meses de trabalho garantido. No entanto, o número de edifícios concluídos registou uma quebra de 3,6%, refletindo dificuldades na execução dos projetos. Entre os fatores que contribuem para esta queda estão os atrasos nos processos burocráticos, o aumento dos custos da construção e as dificuldades no acesso a financiamento. Impacto Regional na Reabilitação Urbana A evolução da reabilitação urbana tem variado consoante as regiões. Algumas áreas registaram crescimentos expressivos no licenciamento de novas construções e reabilitação, enquanto outras enfrentam desafios mais evidentes. Destaques regionais: Grande Lisboa: registou um decréscimo de 4,9% nos fogos licenciados, contrastando com a tendência geral de crescimento. Norte: continua a ser a principal região impulsionadora do setor, concentrando cerca de 38% do licenciamento. Regiões Autónomas: registaram os maiores crescimentos percentuais, com especial destaque para a Madeira, onde o licenciamento aumentou 115,6%. A diferença no desempenho entre regiões pode estar relacionada com fatores como o custo dos terrenos, a burocracia nos licenciamentos e o acesso a incentivos fiscais para reabilitação urbana. Desafios e Oportunidades para o Futuro Apesar do crescimento no licenciamento, a redução no número de obras concluídas levanta questões sobre a capacidade de concretização dos projetos. O setor enfrenta desafios como: Dificuldades no financiamento, que afetam tanto investidores privados como promotores imobiliários. Custos elevados de construção, impulsionados pelo aumento do preço dos materiais e pela escassez de mão de obra qualificada. Burocracia nos processos de licenciamento, que pode atrasar significativamente a execução das obras. Para garantir um crescimento sustentável da reabilitação urbana, é essencial adotar medidas que incentivem a conclusão dos projetos licenciados, como a criação de programas de financiamento específicos e a simplificação dos processos administrativos. Embora o crescimento do licenciamento indique um mercado dinâmico e promissor, os desafios na execução das obras revelam a necessidade de superar obstáculos. Nos próximos meses, será crucial acompanhar a evolução do setor e avaliar o impacto das políticas públicas, garantindo um equilíbrio entre incentivos, financiamento acessível e uma regulação eficiente para manter a atratividade da reabilitação urbana nas cidades portuguesas. Fonte: SUPERCASA Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado