Casas novas em Portugal atingem máximos de 2011 – região Norte lidera Vão entrar no mercado nos próximos anos mais de 34 mil casas novas, que já têm licenciamento aprovado, revelam dados do INE. 14 mar 2025 min de leitura A construção de casas novas em Portugal está a ganhar um novo fôlego. Foram concluídos mais de 24 mil fogos de habitação familiar ao longo de 2024, tendo subido 4,2% face ao ano anterior. Este número representa mesmo um novo máximo de casas novas concluídas desde 2011, revelam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Também se espera a entrada no mercado nos próximos anos de mais 34 mil habitações que já têm licença aprovada. O balanço de casas novas concluídas no ano passado é positivo. Os dados preliminares do INE esta quinta-feira (dia 13 de março) divulgados revelam que foram concluídos 24.639 novos fogos de habitação familiar em 2024, mais 4,2% face ao ano anterior. Este é mesmo o terceiro ano consecutivo que o número de novas casas finalizadas supera a fasquia dos 20 mil, sendo que em 2024 se registou um novo máximo desde 2011 (quando foram concluídos mais de 26 mil fogos). As casas novas concluídas na reta final de 2024 deram um impulso a estes resultados anuais: “O número de fogos concluídos cresceu 11,8% no quarto trimestre, após uma diminuição de 1,3% no terceiro trimestre de 2024”, explica ainda o gabinete de estatística português. Construção nova: evolução de casas e prédios para habitação concluídos Número de prédios e de fogos para habitação familiar Edifícios de construção nova para habitação Casas novas concluídas 2011 15 434 26 382 2012 12 362 19 684 2013 8 235 12 751 2014 5 623 8 313 2015 4 974 7 148 2016 5 197 7 909 2017 5 633 8 213 2018 6 635 10 751 2019 7 614 12 954 2020 8 930 16 923 2021 9 970 19 499 2022 10 491 20 965 2023 11 149 23 652 2024 10 750 24 639 Fonte: INECriado com Datawrapper Analisando a distribuição geográfica das casas novas concluídas ao longo de 2024, salta à vista que quase metade situa-se no Norte do país (43,7% do total, correspondendo a 10.773 fogos). “O Norte e o Centro, em conjunto, representaram 58,4% dos fogos concluídos em construções novas para habitação familiar”, destaca o INE. Em terceiro lugar está a Grande Lisboa, com 11,6% do total de casas novas concluídas (um total de 2.850), seguida de Península de Setúbal (8,3%) e da zona Oeste e Vale do Tejo (7,6%). Já no que toca à finalização das obras dos edifícios de construção nova destinados à habitação, observou-se um recuo anual de 3,6%, tendo sido concluídos 10.750 prédios deste tipo. E o mesmo se verifica no número total de edifícios para habitação (-4,6%), que somaram 12.602 prédios em 2024, incluindo construções novas, ampliações, alterações e reconstruções. Quantas casas novas vão estar disponíveis nos próximos anos? Ao longo de 2024 foram licenciadas 34.367 casas novas em Portugal, as quais deverão entrar no mercado nos próximos anos. “O Norte concentrou 45,5% dos fogos licenciados em construções novas para habitação familiar. Em conjunto com o Centro, estas duas regiões concentraram 60,2% dos fogos licenciados (…)”, lê-se no boletim. A Grande Lisboa destacou-se com 12,3% do total da nova habitação licenciada. Só no final de 2024, foram licenciadas 9,2 mil casas novas no nosso país, tendo aumentado 22% face ao mesmo período de 2023, reforçando o crescimento anual de 12,6% observado no trimestre anterior. Face ao verão de 2024, foram contabilizadas mais 4,1% habitações com licença. Neste período, “a Grande Lisboa foi a única região apresentar uma variação negativa neste indicador”, indica. Todas as restantes regiões registaram aumentos significativos, destacando-se a Região Autónoma da Madeira (+115,6%), seguida da Região Autónoma dos Açores (+77,4%) e da região Centro (+56,5%). Casas novas licenciadas em Portugal Número de fogos licenciados para habitação familiar 2 0004 0006 0008 000 7 570 7 495 8 766 8 870 9 236 4T2023 1T2024 2T2024 3T2024 4T2024 Fonte: INECriado com Datawrapper O INE detalha ainda que no quarto trimestre de 2024 houve cinco municípios com o maior aumento absoluto no número de fogos licenciados, concentrando 23,4% do total nacional, quase duplicando o seu peso face ao ano anterior (12,3%). Falamos dos municípios do Porto (+442 fogos), Lisboa (+319), Barcelos (+193), Coimbra (+185) e Matosinhos (+151). Estes cinco municípios em conjunto registaram um crescimento de 118,0%, correspondendo a mais 1.290 fogos face ao mesmo período de 2023. Mas também houve municípios onde se observou um menor licenciamento de casas. Os cinco concelhos que registaram as maiores reduções (-43,2% no total) foram Vila Nova de Gaia, Vila Nova de Famalicão, Vila do Bispo, Ponte de Lima e Oeiras. Foto de Magda Ehlers no Pexels Simplex dos licenciamentos cria oscilações nos edifícios com licença Foram licenciados 15.297 edifícios em construção nova para habitação familiar, tendo evoluído positivamente ao longo do ano. Estes prédios inserem-se num universo maior onde estão incluídos edifícios de construção nova (para habitação e outros fins), obras de demolição e reabilitação. Aqui, “os dados preliminares de 2024 indicam que foram licenciados 25,4 mil edifícios, o que representa um aumento de 8,2% no licenciamento”( -6,1% em 2023), refere. “A análise mensal ao longo de 2024 evidencia oscilações na atividade de licenciamento de edifícios, com períodos de crescimento e retração”, explicam desde o instituto. Entre janeiro e fevereiro, o número de edifícios licenciados foi subindo. Mas “esta tendência foi interrompida por uma descida expressiva de 35,4% em março, coincidindo com a entrada em vigor, a 4 de março de 2024, da nova legislação destinada a reformar e simplificar os processos de licenciamento em urbanismo, ordenamento do território e indústria”, revela o INE. INE No segundo trimestre de 2024 houve “sinais de recuperação", embora com oscilações. E no verão de 2024, confirmou-se uma tendência de crescimento mais consolidada, com aumento anual do número de edifícios licenciados de 28,4% em julho, 18,0% em agosto e 12,1% em setembro. “O quarto trimestre manteve esta trajetória, com aumentos mais expressivos em outubro (+29,9%) e dezembro (+29,5%), reforçando o dinamismo que se verificou no terceiro trimestre do ano”, quando o simplex dos licenciamentos já estava em vigor e as autarquias começaram a inteirar-se das novas regras. O Governo de Montenegro indicou no mês passado que estariam para sair alterações substanciais ao diploma do simplex dos licenciamentos urbanísticos. Mas ainda não viram a luz do dia. Ainda se espera que o diploma saia da gaveta, apesar de o Executivo da AD ter caído e entrar em gestão em breve até maio, altura em que as eleições legislativas antecipadas deverão decorrer. Fonte:Casas novas em Portugal: fogos concluídos atingem máximos de 2011 — idealista/news Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado